A vida não é a que a gente viveu, mas sim a que a gente recorda...

A vida não é a que a gente viveu, mas sim a que a gente recorda...

E como recorda para contá-la.
Neste momento vivemos numa das fazes mais complicadas, desde que me recordo ter vivido desde a minha existência.
Já passamos pela gripe da aves, pela doença das vacas loucas, mas nenhuma delas me fez viver algo como estou a viver agora.
Vivemos agora numa liberdade condicionada, o nosso país entrou neste momento em estado de emergência!!! Isto faz-nos pensar...
Temos a nossa saúde em risco temos medo de sair de casa porque ainda não conseguimos bem perceber como de repente pode o mundo ficar virado ao contrário.
Isto é uma situação difícil, vivemos um período de quarentena, muitos interpretam-no como férias, talvez para os mais ignorantes seja… Mas para as pessoas que todos os dias veem os telejornais isto não é uma forma de tirar umas férias, muito pelo contrário.
É custoso ficar confinados a uma casa, a mim vale-me o jardim onde vou praticando exercício para me abstrair um pouco de tudo o que nos rodeia.
É uma altura de repensarmos na nossa vida, nos nossos filhos, nos nossos pais e nos idosos do nosso país.
Estes tempos têm sido ainda mais difíceis porque não sabemos quanto tempo iremos ter de ficar mais em casa, com os nossos filhos e arranjar tarefas para fazer com eles para que não se tornem crianças cansadas e saturadas com tudo o que vivemos.
E também para que não entremos em situação de desgaste e irritabilidade da nossa parte e dos nossos filhos.
Tenho explicado à minha filha que não podemos sair de casa porque temos de nos proteger, não sabemos com quem nos cruzamos diariamente, se estão infetados ou não…
Aqui em casa sou eu que saio para garantir que nada falte em termos alimentares, faço-o com o máximo de cuidado, uso luvas, desinfeto as mãos mantenho a distância de segurança das pessoas que se encontram no mesmo espaço que eu, para garantir a minha segurança e a deles.
Mas nem todos o fazem… E ainda há quem nos critique por nos protegermos a nós e aos que reclamam.
Está na hora de olharmos para o mundo inteiro, principalmente para a europa e ver a quantidade de mortes que este vírus tem provocado é assustador.
Em Itália um país que está aqui ao lado é triste ver o que vivem, morrem mais de 400 e tal pessoas por dia, estão num estado em que está tudo fora do control.
E aqui o nosso povo só sabe reclamar e dizer que quem vai pagar a factura dos que estão em casa com os filhos?
Mais uma vez digo, a precaução de hoje é a nossa salvação de amanhã.
Espero que esta gente que reclama que é preciso trabalhar, é, mas também é preciso assegurar a segurança dos nossos e da vossa que reclamam.
Já pensaram no que pode acontecer se os que não param ainda infetam os que se previnem?
Não reclamem!!!
Lutem, parem para pensar, resguardem-se e pensem na saúde dos vossos filhos e dos idosos do nosso país.
E lembrem-se de todos os avisos e apelos da DGS e pensem nos profissionais de saúde e do esforço que fazem todos os dias, para salvar vidas pondo em risco as suas vidas e das suas famílias que estão resguardadas em casa, mas que mesmo assim podem ficar em perigo, porque os pais estão a trabalhar para salvar vidas pondo em riscos a de quem mais amam.
Por último chamo-vos a atenção para pensarem na vida na forma como a vivemos, da forma como reclamamos por tudo e por nada, é tempo de repensar e de nos lembrarmos que neste momento, de quando olhamos para trás e vivíamos completamente livres.
Onde a nossa liberdade não estava condicionada e podíamos fazer tudo sem medo, porque agora vivemos presos ao medo.
Quanto a mim quero dizer-vos que eu fico em casa pelos meus e por ti, e agradeço de coração a todos aqueles que todos os dias saem para combater este vírus, não virando costas e estando sempre na linha da frente.
Não posso esquecer também de todos aqueles que todos os dias fazem de tudo para que não nos faltem comida e bens necessários à nossa sobrevivência.
Parabéns a todos aqueles que todos os dias donos de grandes e pequenas empresas saem para que a economia não pare.
A minha enorme gratidão a todos vocês.
Mas de uma coisa não se esqueçam há quem possa parar e não o faz, há quem possa continuar a trabalhar em casa e prefere ir para as empresas, quando têm total liberdade da entidade empregadora para o fazer.
Por último quero fazer-vos um apelo mantenham a calma e lembrem-se que este tempo que atravessamos agora vai servir para darmos valor ao que sempre demos por garantido e que agora nos vemos privados.
A nossa LIBERDADE!!!
Será que é desta que vamos chegar à conclusão que eramos tão felizes e não sabíamos?
Cuidem-se porque não sabemos o que nos espera.
Eu espero e acredito que tudo isto irá passar e que nessa altura voltaremos a viver livremente como até há bem pouco tempo.
Marlene.❤