Covid, o vírus que nos ensinou a rir com os olhos...




Covid, o vírus que nos ensinou a rir com os olhos...

Hoje dou por mim a olhar para a palavra covid e a tentar perceber como é que um vírus conseguiu mudar as nossas vidas?
Sei que ele tem destruído muitas vidas, mas também nos tem ensinado muito acerca daquilo que achávamos ser garantido.
Hoje vou desconstruir a palavra covid e torna-la diferente, dar-lhe um significado mais leve, que nos leve a olhar para ela de uma forma diferente.
É preciso encararmos este vírus de outra presctiva não só a má, mas aquela que nos obriga a refletir.
Podemos tornar este fardo que nos tem obrigado a ter cuidados redobrados menos pesado?
A ver nele algo positivo e retirar dele uma aprendizagem?
Podemos, e é isso que vou fazer.
Comecemos então;
C-O-V-I-D.
C- Já repararam que ele nos trouxe coragem?
O- Também nos ensinou a ter orgulho na forma que fomos respondendo a todas a suas provações.
V- Ele mostrou-nos que estarmos vivos é a maior dádiva que temos.
I- Ele trouxe mais intensidade às nossas vidas obrigando-nos a viver mais para a família.
D- Que devemos viver todos os dias como se fosse o ultimo.
E assim está descodificada a palavra que mudou a forma como olhamos para o mundo, como algo mais forte que todos nós.
Este vírus não pôs ninguém de lado, aqui ele foi correto.
Não excluiu classes socias, bonitos ou feios, magros ou gordos, jovens ou idosos ele escolheu todos nós, porque aqui ninguém é mais importante que ninguém aqui somos todos iguais.
É por isso que é importante não desvalorizar este bicho como muitos o chamam, ele trás consigo uma força feroz que nos tem testado a todos, mas também nos trouxe uma coisa que nunca imaginávamos que um dia podia vir a ser precioso com a sua chegada, ele tapou-nos o sorriso com uma máscara, mas ensinou-nos a sorrir através dos olhos.
Aqueles que tantas vezes dizem tanto de nós, que guardam silêncios e que revelam aquilo que somos.
Ele criou uma espécie de empatia entre todos, que nos obrigou a enxergar a alma do outro sem julgar nada do que está ali.
Porque muitos têm os olhos baços carregados de dor por todos os familiares que ele lhes levou.
É preciso entender e respeitar o espaço e o tempo de cada um, e compreender que as dores pesam de jeitos diferentes dentro de cada pessoa.
Nem sempre o que é fácil para mim vai ser fácil para o outro.
Confesso que ele talvez tenha entrado de uma maneira dura, mas nós aprendemos que o tempo necessita
demolir algumas coisas...
Aquelas que nós não conseguíamos ver e que agora estão bem presentes em cada um de nós, que é sentirmos que não somos infinitos, que somos frágeis como penas e que a qualquer momento podemos partir.
E isso deu-nos alguma altivez durante muito tempo achando-nos mais fortes que tudo e todos.
Mas sei que nem sempre é assim, porque sei que nem todos os dias acordamos fortes, que a fragilidade também não é uma constância.
Há uma dualidade dentro de nós... de todos nós… todos os dias que nos ensina que temos de enfrentar o futuro como uma nova realidade diferente daquela a que estávamos habituados.
Que tiremos daqui uma grande aprendizagem de humanismo para com o próximo, que a  mais bela forma de enfrentarmos isto é mantermo-nos unidos numa corrente de luz que nos iluminará os dias mais cinzentos e lhes devolverá a cor que perdemos.
Entendermos que a beleza não mora nos padrões mas sim em cada um de nós.
Foi preciso este vírus para nos fazer entender que a vida tem ser doida e não doída.
O que nos faz fortes é enfrentar as nossas próprias fraquezas e conseguir vence-las, ninguém será o mesmo para sempre, porque entendo que não há despertar de consciências sem dor.
Acredito que um dia este vírus nos deixará e que nessa altura todos estejamos diferentes com os ensinamentos que ele nos ensinou.
E que aí tenhamos a capacidade de perceber, que é tão bom quando o coração da gente deixa as preocupações que nos perseguem de lado e decidimos ser gratos.
Só assim os dias nublados passam a ser vistos de outra maneira, o choro passa  a regar o nosso jardim, as cicatrizes tornar-se-ão um lembrete de que as nossas feridas por mais doídas e profundas que sejam, podem ser curadas.
Que o sentimento de entreajuda seja cada vez mais comum nas nossas vidas, que possamos deixar definitivamente as máscaras e sorrir com os lábios.
Que a gente entenda que para tudo há um propósito, que não deixemos de sonhar, de acreditar, de amar, e fazer o bem, e que nunca nos esqueçamos que somos apenas instantes...
Marlene.❤

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